Garotos III



Há algumas semanas, vi uma cena se repetir que me fez lembrar de tantas outras...
Uma cena que me intriga toda vez que a presencio, cena que me faz refletir e questionar.
Vi uma criança acenar.
Desconhecida de mim, mas acenou pra mim!
Passou a minha frente, de uns 5 anos no máximo, de mãos dadas com um adulto, 
dois metros depois, virou, me olhou nos olhos, me desconcertou, sorriu e acenou.
Isso já aconteceu antes, 
eu dentro do ônibus elas na rua.
Eu na bike, elas também, na rua.
Na rua, sempre nela.
Perguntei pra Deus, pela primeira vez o sentido daquilo
Só estava eu e Ele... dessa vez.
Das outras ninguém deu atenção, as respostas eram de que crianças fazem isso e só.
Mas nesse dia, em que estava eu e Ele,
a resposta foi mais minuciosa, simples, sábia e cheia de sentido.
Lembrou-me o quanto devo me espelhar nelas,
 que como elas são com Ele assim devo eu ser e buscar...
Ser...
Espontânea, igual quem se joga nos braços de quem ama,
Alegre, como quem se desmancha no riso ao lado de quem nada tem do que se esconder,
Transparente, como quem nada precisa falar, onde o choro e o riso tudo diz,
onde o suspiro traduz...
Com olhar translúcido, pensamento aberto.
caminhar seguro.
De mãos dadas...
Na rua. Nas ruas. Vilas. Estradas. Becos...
Candura, alento e ânimo, recebi.
Saltei e corri para os braços daquele que me autoriza,
se como criança for... Amém.



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