Manoel de Barros


Foto do site:http://lounge.obviousmag.org/humano_demasiado_humano/2013/06/a-embriaguez-do-perfume-das-palavras-de-manoel-do-barros.html


Ontem choveu furiosamente, em uma terra onde o sol arde...
Hoje o dia está um tanto tímido...Ora o sol flerta entre as nuvens, ora as nuvens flertam com o sol.
Ontem desci a ladeira de paralelepípedos... pensativa... Transpira poesia.
E no porto que a mesma leva...
Um céu de nuvens detalhadamente desenhadas em cores e densidade...
Descontextualizado com a terra de céu aberto e sol forte.
Hoje amanhece um vento fresco, frio para o corumbaense...
e esse vento bate...
E hoje, esse vento traz a saudade que virá
de um poeta, que me abriu os ouvidos para o silêncio
e os olhos para o miúdo.
Sensibilidade e singeleza e sutileza
Manoel de Barros, o poeta pantaneiro...
se foi.
Silêncio para honrá-lo
e uma vida repleta de insignificâncias...
é o que levo.

"A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.”
 
Tratado geral das grandezas do ínfimo, Manoel de Barros





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