Sobreviventes


Quero ser leve.
Ponderar e pensar
furiosamente pelo presente, passado que se sente
na pele.
Antes, enquanto e depois, de sair na rua
Antes, enquanto e depois de precisar 
do direito, aos direitos de humano que sou e luto por ser e continuar sendo.
No entanto, a humanidade é posta a prova todos os dias desafiantes que são de sobrevivência.
Sobrevive-se.
A balança de equilíbrio em que cada um faz a sua parte,
pesa gigantescamente nas costas dos que lutam pela vida.
Não há segurança, não há educação de qualidade, nem hospitais equipados, 
não há polícia, militares, moradores e traficantes vencedores na guerra.
Mas há governos, bem desgovernados vencendo, lucrando.
"Seguros, saudáveis, educados e equipados".
Jogam com os sobreviventes, em favor próprio,
pois não há próximo, não há povo, não há morte, mortes
que mude o olhar do centro do umbigo, para o centro do país.
É fadigante, desanimador, depressivo
tirar as vendas e olhar além do bandido que atira e mata.
E da polícia que atira e mata.
Ambos matam.
Sonhos, deles e de outros, devedores ou não.
Somos conduzidos pela mídia a sermos sanguinários e a ansiar a morte e a justiça
aos que ferem o corpo e alma, seja polícia, seja bandido, bandido-polícia ou polícia-bandido.
Mas será que um dia seremos guiados a olhar além? Sair da caverna e enxergar o que nos levou a sentir e estar como estamos?
Até quando ficaremos satisfeitos com os culpados que nos lançam?
Até quando iremos ter que decidir entre Jesus e Barrabás? Por que não escolher os fariseus?
Por que não escolher nós mesmos?
Quero ser leve.
Ponderar e pensar
furiosamente pelo presente e pelo futuro.








Comentários

Anônimo disse…
E passará os dias ali, entre as coisas miúdas. Se encantando. <3

Postagens mais visitadas deste blog

Tudo no mesmo lugar...

Durante.

SUMASA