Linhas tortas


A cada andar, horizontes, vales e planícies...
O que seria da felicidade se não existisse tristeza? Do amor se não houvesse ódio?
Do oásis se o deserto não existisse? Do acerto se erro não conhecesse?
Ápices e declives. Linhas tortas.
Reconhecer a fé, o objetivo alcançado e desfrutar deles são dádivas de quem vive a caminhar, na ousadia e esperança de que vale a pena.
Atravessar desertos seja qual for do literal ao emocional, do concreto ao abstrato, ambos ensinam sobre a vida.
Aprendi que mesmo que o segredo e a verdade da vida estejam em nossas mãos podemos ignorá-lo, e neste ponto Freud me inquieta com a ideia da força de um inconsciente. Por que como me permitir confundir, enfraquecer se a evidência da verdade já me foi demonstrada, apresentada e vivida?! A meu ver, todo ser humano tem um "bichinho", uma porção mesmo que pequena de dúvida, descrença, a conhecida síndrome de Tomé. Alguns vão dizer que esta concepção é verdadeira por que todos são dotados da imperfeição que o pecado proporciona, uma vez que já nascemos pecadores, outros dirão que, simplesmente somos curiosos e que existe um ceticismo primitivo que nasce conosco, e há quem diga que não, aprendemos a duvidar ou a confiar, porque alguém nos ensina sobre essas coisas e de alguma forma aprendemos.
Contudo o fato é que assim como o que é bom existe o mal também existe, assim também o é com todas as demais dicotomias que nos rodeiam, o claro por conta do escuro, amor e ódio, suave e agressivo, verdade e  mentira. 
Traçamos dicotomias a partir de algum princípio, e nos portamos assim de forma a valorizar o lado bom em contraposição ao que nos soa como ruim.
 Para que um princípio seja estabelecido como parâmetro para uma contraposição, é necessário que este seja melhor, preferível, maior.
Assim entende-se que o mal, o ódio, a mentira, a agressividade existem em segundo plano, logo são menores do que o que é melhor e mais prazeroso.
Mesmo que venhamos a traçar linhas tortas, de ápices e declives nada mais é do que tentativas de alcançar o princípio maior de uma base de sustentabilidade e equilíbrio pra nossa vida.
Jesus transcrito através de Mateus, no cáp. 7 a partir do verso 24 ensina a importância de termos um princípio sólido, princípio este que ao ser contraposto, se mantém sólido e firme, diminuindo qualquer tentativa de erro. 
As contraposições são meios de evidenciar, exaltar o que realmente é perfeito, bom e agradável. Durante o caminho tudo o que surge e que escolhemos viver, por escolher a contraposição ao invés do princípio fazem com que o caminho seja mais longo, nunca um fim, pois o princípio por ser maior não se submete a pequenas coisas, mas faz delas formas de enfatizar o que é melhor, Ele próprio. Prudente é aquele que se firma e evita as quedas que as dúvidas podem levar.










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