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Solitude e a Canção¹ de Sandy e Tiago.

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O ano ainda não acabou, mas estamos quase lá. Em janeiro fiz um compromisso de solitude, um refúgio no a sós com o Eterno que já ensaiava a tantos outros anos... D e lá para cá aprendi a diferença entre Solitude e Solidão, que solitude, é a capacidade de estar só.  Winnicott² teorizou a respeito desta capacidade, a ser desenvolvida no processo de maturação emocional sendo indispensável à presença de alguém, contraditório não? Pois é, ele falava de solitude, não de solidão... A solitude é o estar só por escolha consciente, não tem nada a ver com o sentimento de abandono/ solidão. E este processo é necessário para o nosso amadurecimento. Ao sermos criados, o Eterno disse o quanto não era bom estarmos sozinhos³ e as escrituras por Ele inspiradas, reafirmam isso, o próprio criador nos garante companhia eterna ⁴. .. Winnicott não falava de espiritualidade, obviamente, mas sua teoria fez sentido para mim. Na Solitude, desfrutar da companhia do eterno não é fácil nem simples..

Liquidez

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A gente habitua-se. Sim, ouvimos dizer muitas vezes, ou dizemo-lo nós próprios. A gente habitua-se, dizemo-lo, dizem-no, com uma serenidade que parece autêntica, porque realmente não existe, ou ainda não se descobriu, outro modo de deitar cá para fora com a dignidade possível as nossas resignações, o que ninguém pergunta é a custa de que de se habitua a gente. (SARAMAGO, 2000, p.249) Habituar é uma palavra que tem me incomodado bastante, assim como naturalizar, normalizar, conformar. Um homem de pés sujos disse certa vez que ao olhar o mundo, não devemos vê-lo com naturalidade, conformismos. Mas devemos transformá-lo através da renovação da nossa mente. (Rm12:2) Transformação, eis uma palavra cativante. Sabe, quando observo a loucura na qual vivemos e a mesma deteriorizando nossa capacidade de ser humanos. Isso, mesmo... estamos liquidificando (eu, tentando citar Bauman...rs). O sociólogo, diz dessa liquidez nas relações humanas, no amor, na sociedade... como algo que e

Nuances

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D i v e r s i d a d e A biológica, a ideológica.   a étnica, a estética, a ética, a política,  A religiosa, a territorial, a sexual, a moral, a cultural, a regional,  Tudo sendo,  Onde está o que há de comum? Tolerância há de haver. Escuta. Opinião. Escuta. Dos privilégios que já percebi na vida, um dos  que prezo é o diferente. O diferente me plange. me desconforta, me angústia, me resulta, em olhar o que fui e impotente sou em voltar. Sei que preciso ser mais, ousar mais em me propor mais. É preciso se desconstruir, desconfortar, inquietar, deixar ser. Todos querem paz, justiça, amor, igualdade. Então retiro as cascas que separam,  e fico com as fibras que em rede interligam firme. Faz falta ver o igual, fez falta estar com iguais, mas acrescenta estar só. Estar só faz enxergar melhor, e aprendi cedo e sou grata por isso, estar só não significa solidão e na brincadeira de ser só já fiz grandes amigos. Em mim há uma inquietação desde que me iden

20 minutos.

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Peguei o ônibus com meu cello, destino certo... Com o pensamento viajante, passeava pelos compromissos da semana... Músicas para treinar do louvor do próximo fim de semana - ok Canto uma música, lembro outra... desligo e viajo nos planos e objetivos do ano Academia, Circo, Dança... Sou pouco para tanto... Quero abraçar o mundo, quem dera pudesse. De pé cuidando do instrumento que zelo para não cair na condução lotada, percebo que duas pessoas perto de mim se afastam... Olho para frente e me assusto com o que vejo. Sujo, fétido, calado. Inicia-se um turbilhão de reações internas que foram reforçadas pela vida, vejo ao longe uma criança se escondendo nas pernas e braços da mãe... Medo. Enquanto isso eu comigo permaneço no mesmo lugar e luto contra o condicionamento de repulsa que meu corpo e meus sentidos ansiavam sedentos em exteriorizar.  Mas que minha mente e minhas emoções mais racionais buscavam por subversão, meus olhos queriam o humano e para além disso queria os humano

Não fuja.

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“Meu Deus do céu o barulho é ensurdecedor. Por que o mundo não tá ouvindo isso?, eu me pergunto. Repito a pergunta várias vezes. Porque o mundo não tá nem aí, respondo finalmente, e sei que estou certo... É como se eu tivesse sido escolhido. Mas escolhido pra que?, pergunto.  A resposta é bem simples: Pra se importar e cuidar.” ¹   Fechar os olhos, virar o rosto, distrair os pensamentos, mudar de assunto, trocar de canal, fechar a aba da página, rolar o mouse mais rápido, desligar a Tv, trocar a estação, mudar o caminho, atravessar a rua, tapar o nariz, os ouvidos, a voz e ser omisso. Já dizia Bonhoeffer que "retardar ou deixar de tomar decisões pode ser mais pecaminoso que tomar decisões erradas por fé e amor." ² Fico a pensar sobre a omissão nesse mundo bagunçado em que vivemos, e como diriam os cariocas, o mundo "tá zuado pra caraca". Me entristeço, minha'lma se abate como a do salmista... profunda e furiosamente.  A banalização da es

Manoel de Barros

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Foto do site:http://lounge.obviousmag.org/humano_demasiado_humano/2013/06/a-embriaguez-do-perfume-das-palavras-de-manoel-do-barros.html Ontem choveu furiosamente, em uma terra onde o sol arde... Hoje o dia está um tanto tímido...Ora o sol flerta entre as nuvens, ora as nuvens flertam com o sol. Ontem desci a ladeira de paralelepípedos... pensativa... Transpira poesia. E no porto que a mesma leva... Um céu de nuvens detalhadamente desenhadas em cores e densidade... Descontextualizado com a terra de céu aberto e sol forte. Hoje amanhece um vento fresco, frio para o corumbaense... e esse vento bate... E hoje, esse vento traz a saudade que virá de um poeta, que me abriu os ouvidos para o silêncio e os olhos para o miúdo. Sensibilidade e singeleza e sutileza Manoel de Barros, o poeta pantaneiro... se foi. Silêncio para honrá-lo e uma vida repleta de insignificâncias... é o que levo. " A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei. Me