Tudo no mesmo lugar...


Tive uma avó paterna até meus 7 anos...
Recordo-me do cajá, jaca, jabuticaba, galinhas e pintinhos, moedinhas de cruzeiro, cruzado e centavos pra comprar doces do moço da esquina, cuscuz do tio paulo,  abraços, pintas,  cheiro e colcha de retalhos colorida, colchonete de palha... conjuntinhos de short e camiseta amarelo pra mim e azul pro meu irmão.
 Fim de semana, sentar no colo... observar as pintas... que depois descobri que eram machucadinhos de alergia a picada de mosquito...rs
Eu estava na terceira série, aluna das tias Rose e Rosa, meu pai foi me buscar na Escola Municipal Professor João Faustino de França Sobrinho, com seu Corcel 79 metálico, reluzente... Quando me deu a triste notícia... Seguida de um abraço...
Foi meu primeiro encontro com a perda de alguém... Não lembro do que senti, se chorei...
Mas recordo da casa que antes era vazia de pessoas, agora, estava cheia num dia triste... Eu, do lado de fora... Vendo muita gente... me vejo pensando...não sei o que.
Não sabemos desapegar, fomos criados para a eternidade... 
Para o infinito... 
Interrupções inesperadas não são as mais desejadas... Mas são elas a realidade na qual vivemos...
Os objetos envelhecem e estragam, sua blusa preferida também, e pior você não encontrará uma igual após alguns anos, talvez uma semelhante... 
Aquela coleção de esmalte é subitamente retirada da pratilheira e uma nova é reposta pra que você aprenda a amar, até que novamente a tiram também e você aprende a ficar sem... e assim acontece também com seu desodorante predileto, sucrilhos, bobom caribe da garoto (hummm), espuma de barbear,  jogos de PS1 2 3... e etc. 
Tudo passa...
Alguns amantes guardam relíquias, que no futuro viram “retrô” com um preço excedente, claro de 1000% de aumento!!! Há alguns dias fiquei sabendo que até coca-cola retrô existe!
Mas e nós? Como desapegar de gente? Como ter um modelo retrô de alguém? Como tê-la como relíquia e guardá-la com toda cuidado?
Não somos eternos, por mais cuidado que tenhamos com a saúde, usemos toda a espécie de rejuvenescedor... nada foi criado pra curar a finitude desta vida. Nada.
No entanto a eternidade está em nós, de alguma forma está,  porque se fosse diferente, nem pensaríamos nela. Se ela não tivesse existido um dia, não teríamos saudades dela, porque só se sente falta do que se experiência.
Então essa dificuldade de lidar com finitudes existe porque o infinito existe... e o queremos...
A única forma humanamente que temos, possível de eternizar alguém, é através da memória... e passá-la de memória pra memória...
Eternizamos pessoas a todo instante... Rememoramos... Fazemos um modelo retrô delas e usamos... Retrocedemos e nos tornamos parte delas, usando o que nos deixou de mais positivamente marcante...
Nada que conquistamos de material nos eterniza, se este bem não estiver um fundamento que hipnotize e transborde motivando pessoas a interiorizar-nos.
Nosso legado, o que nos move, nossa convicção, nossa essência pode ser infinitos ou desaparecer conosco no dia em que daqui desaparecermos.
Mas Jesus ensina como ser eterno... Se você quiser uma base para suas convicções, proponho, Cristo. Que com amostra grátis para viver neste mundo, dá a todos que quiserem a eternidade... e não estou falando apenas para esta vida.

Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é temporal, mas o que não se vê é eterno.
(Paulo - Primeira carta aos Coríntios 4:18) 
...E  também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue entender inteiramente o que Deus faz...
(Eclesiastes 3:11) 

Comentários

Tamis disse…
Adorei o texto!!
Unknown disse…
O filme "Colcha de Retalhos" trazendo emocionantes lembranças da infância mágica da Su! Lindoo... ^^
Unknown disse…
Verdade Bruna...o filme colaborou e muito...rs

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